quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"Eu nunca estive tão ao meio e tão inteira, ao mesmo tempo. Eu me divido entre o esperar e florescer, entre o não-era-pra-ser e o algo-melhor-está-por-vir, entre clichês e exceções. E, no meio disso tudo, tenho conseguido manter a inteireza da minha natureza íntima, embora inevitavelmente um pouco mais descrente."

Gabriela Castro

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

então ela sorriu


Esquece essa gente pequena, dona moça. Não é todo mundo que guarda no peito, um baú feito o seu, cheio de inspiração, flores, cores e delicadezas. Tem gente que transforma o que passou, em mágoa. Feliz é você, dona moça, que pega o que restou do passado e transforma em poesia.
Karla Tabalipa
Quer me conhecer? Me encontre naquele romance antigo, segundo parágrafo, mostrando que a solidão não deve se atravessar a sós. Talvez eu possa – e isso é quase certo – me mudar pros tons daquela bela música e por lá ficar: “feita de luz mas que de vento”… Ah, me desculpem os Jungs, Freuds e Lacans. Mas Chico Buarque me entenderia! Alguns artistas – e nisso incluo poetas, músicos e demais sonhadores – parecem conhecer a fundo a alma humana. Quando falam de si, mostram um pouco também de nós. Quem nunca pensou, ao menos por um segundo: essa canção foi feita pra mim? Eu já me apropriei de centenas de músicas (com o devido crédito ao autor, é claro), que dizia serem “minhas”. Naquele momento, elas – e só elas – pareciam entender o que eu sentia. Letra por letra. Rima por rima. Em cada nota, um espanto. E uma sensação de pura comunhão com o mundo: é, eu não estou sozinha. A arte também foi feita pra unir. Pra protestar. Para seduzir. Por isso, passo a vida escrevendo. Lendo. Garimpando frases. Buscando o verso certo. A estrofe perfeita. Ou um conhecimento maior sobre mim mesma. Se estou conseguindo? Não sei. A arte nem sempre é bondosa. Um dia nos pega no colo e, no outro, nos faz enxergar o que ainda é difícil de ver. Mas tudo bem. Enquanto houver um poema pra nos consolar e uma boa canção pra nos comover, “a gente vai levando”. 
[Fernanda Mello]

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Busca


Dizem que eu espero demais de um cara. Que eu fico idealizando uma história de amor, que eu espero um príncipe encantado. Será possível que é realmente querer muito, esperar que alguém seja verdadeiro? Que as atitudes de uma pessoa, sejam condizentes com as coisas que ela diz? 
Pra mim, o bonito do amor entre homem e mulher, é o andar de mãos dadas, o filme no sofá no fim de tarde, uma troca de olhares, um colo nos momentos difíceis.
Eu não quero promessa de eternidade, como já quis um dia, eu só quero viver o ‘hoje’ tranquila.
Eu não quero ninguém ao meu lado, por medo de solidão. Eu quero alguém perto, por vontade de estar.
Se for pra ser diferente disso, prefiro ficar sozinha, bem acompanhada de mim mesma.
Sou do time que acha que amor maduro, é amor mansinho. Sem tempestades e desassossegos.
Já busquei tantas coisas em um relacionamento. Grandes momentos, desses escritos nos contos de fadas. Hoje eu só quero verdade. Quero um cara que deixe claro que é comigo que ele quer estar. E ponto.
‘Homens’ que mal sabem o que procuram em uma mulher, não servem pra mim.
Porque, por mais que eu saiba o que quero, eu preciso me sentir segura ao lado do cara que eu escolhi pra dividir momentos e sorrisos e até as lágrimas.
Só quero que seja simples. E de verdade. Sem máscaras, sem passado no meio da gente, sem expectativas sobre o futuro.
Viver o hoje, aproveitando a simplicidade de cada momento, como um presente da vida.
Porque eu só deixo o amor entrar, se ele estiver acompanhado de paz...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Meu Caro Rubem Alves

Mas é preciso escolher. Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial.

Rubem Alves

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Quando a estrada fica interrompida,
o desvio pode ser interessante..." 


(Martha Medeiros)




Sinto que,
 ao cruzar a cancela,
não estarei entrando em nenhum lugar,
 mas saindo de todos os outros...

  1. (Chico Buarque, do livro Estorvo)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lia

"...Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer."
Lya Luft



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Tem dias que a vida parece estar acontecendo em outro lugar."

“Mas eu insisto em nós e vim aqui te pedir cuidado. 
Não me deixa ir embora.” 

[Tati Bernardi]





Erra também é bunito



O pensamento em suspensão...
e eu cansada de fazer tantas perguntas e de imaginar mil possíveis respostas.
Estava tudo ali, mas eu me enganava completamente.
Não era preciso tanta explicação !
A vida lá fora flertando descaradamente comigo, e eu ocupada com tantos pensamentos.
Às vezes é preciso relaxar, diminuir o ritmo, parar de querer controlar tudo ao redor.
Deixar rolar. Descansar os sentimentos.
Errar também é bonito.
Solange Maia

 Deixei poucas pessoas conhecerem a mulher que me habita. Essa de verdade, cheia de imperfeições e desordens íntimas, mas que carrega mais ternura do que se pode imaginar. Eu e meus olhos atrevidos, minha fome de amor, e essa fragilidade engraçada de quem quer ser a protagonista de um sonho bom.

"O que me assusta é que não dói mais. Estou tão vulnerável que não sinto nada."

Minha saudade saúda tua ida 
mesmo sabendo que uma vinda só 
é possível noutra vida.
 Aqui, no reino do escuro e do silêncio,
minha saudade absurda e muda procura às cegas te trazer à luz .
Ali, onde nem mesmo você sabe mais talvez, enfim nos espere o esquecimento .
Aí, ainda assim minha saudade te saúda e se despede de mim .


Alice Ruiz ,