domingo, 30 de outubro de 2011

(...)Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções .

Seja menos burra com você mesmo, não derrame mais nenhuma lágrima e não perca mais nenhum segundo

A vida te dá uma rasteira. Você cai, tropeça, o sonho borra a maquiagem, o coração se espalha. Voce sente dor, perde o rumo, perde o senso e promete: Paixão nunca mais. Você sente que nunca irá amar alguém de novo, que amor é conversa de botequim, ilusão de sentido, que só funciona direito pra fazer música, poesia e roteiro de cinema. E voce inventa. Um amor pra distrair. Um amor pra ins-pirar, um amor pra trans-pirar. Uma paixão aqui, um quase-amor ali. Ainda bem que existem os amigos, para amar, abraçar, sorrir, cantar, escrever em recibos e tirar fotos bonitas. E a vida segue. Sua imaginação te preenche, e seus amigos te dão colo, Vodka e dias incriveis!!!"


Fernanda Mello


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

The End


Senta aqui, deixa eu te falar uma coisa. Ele que some por dias, corre atrás só 
quando te vê caminhar pra longe, desmarca programas em cima da hora, é sucinto 
quanto à própria vida e mais superficial que piscina infantil. Esse mesmo que 
você tanto fala, e todo dia vem com alguma nova furada tentando desesperadamente 
consertar pra ter em troca um pouquinho de amor marejado. É, ele só não te quer. 
Simples. Pior de tudo, que nem culpado pode ser. Talvez sim, por não ser honesto 
logo de cara. Contudo, bem sabemos o quanto a covardia já é item de fábrica em 
praticamente todo ser bicho homem, e por isso, a prolongação de situações 
tediosas, insuportáveis e para nós, torturantes. Não é porque terminou um namoro 
agora, ou nunca teve simplesmente um relacionamento decente. Nem porque é novo, 
ou anda trabalhando demais, ou ainda, a faculdade exige muito. Pra cada 
alternativa que você cria, uma desculpa. Chegar a esse ponto obscuro de perder 
qualquer amor próprio na busca de se achar num sentimento que o outro nem chegou 
a cogitar existir. Larga esse telefone, apaga o número desse panaca, não espera 
mensagem nenhuma porque na verdade, o que ele quer é ter em quem afogar a 
pressão final da noite (ou o próprio ganso), de quem não conseguiu algo na 
festa, e tenta tentando a agenda-geladeira onde congela quem desperta interesses 
específios e minúsculos, diante as possibilidades de amor de amor decente tão 
sonhadas.


Você, que quer tanto ter com quem dormir - e que isso não se resuma a um 
programa especificamente sexual. Mas sim de braço masculino envolto em cintura 
feminina, duas respirações próximas, pé com pé. Você, que aceita ir pra casa do 
sujeito que mal deu um beijo na boca e se culpa o dia inteiro seguinte, sabendo 
que juntamente com sua dignidade e o caráter do cara, suas chances de algo que 
desenrole tenham caído drasticamente. Você, que cumprimenta ele que vira a cara 
de tanta vergonha. Você, que liga bêbada no meio da madrugada com aquele punhado 
de esperança embutido na voz alcoolizada. Você que intima, sufoca, stalkeia e 
cola no pobre coitado: dá um tempo. Se foque em si. Nutra aquele amor que desde 
cedo mamãe e papai plantaram e ensinaram que, é importante, sim. É olhando muito 
pro próprio umbigo que a gente chama atenção em se concentrar tanto sendo nosso 
centro do mundo que acabamos chamando atenção que puxa, ela se cuida. Melhor: se 
gosta. O único amor livre de qualquer traição, infelizmente, é o próprio. Tá pra 
nascer quem prefira o outro a si mesmo, depois de descobrir a maneira boa e 
sadia de se automimar.


Por isso é que digo: desencane, que uma hora aparece. Não aquele seu tipo 
cafajeste e sem um pingo de índole, mas um cara bacana que de repente assim, aos 
pouquinhos, vai tomando espaço e te dando possibilidade de surpresas, estômagos 
compressos e pernas agitadas. Sem expectativas, deixando toda e qualquer 
possível irrealidade, imaginação fértil longe do terreno dos pés no chão. Agora, 
se não é você quem ele quer, caia fora. Vença a insistência interna em achar 
que, só porque você está ali a todo o momento e fazendo certa pressão, ceder é a 
única escapatória do sujeito. Há ainda os modos 'ignorar' e 'partir pra 
ignorância' - o que não se baseia em violência física, mas na irritação tão 
suprema que chega a ponto de deixar a razão de lado e as palavras soltas, 
ferinas na sua direção. Se passaram três dias, e o sumiço do moço se fizer uma 
constante, se você é deixada falando sozinha com frequência, se quem apenas se 
preocupa e sente esse caos que se tornou a situação toda também é você, se 
livre. Vá para uma academia, faça compras, se foque no trabalho, saia com as 
amigas, adote um animal. Tudo, menos descentralizar da sua vida, desse momento 
tão presente que se inaproveitado passará em branco enquanto você, tentando o 
impossível, mirou em quem não se deixa atingir tão fácil, não por você.


Chega de desilusão e contos de fada, de cegar à si mesma e não escutar quem 
tanto tenta alertar quanto aos perigos de um comportamento assim, tão irracional 
e errôneo. Corações pulsam mesmo, mas será que não dão defeito assim, 
despertando a qualquer toque que pode na verdade ter sido um esbarrão, um 
desencontro, um mero engano. Ferrenha seja a boa vontade em desconfiar no começo 
e se entregar, apenas quando o jogo estiver aberto e os sentimentos, 
simbióticos. Que amor mesmo, a gente não persegue: se dá conta assim, como quem 
não quer nada, mas deseja lá no fundo muito que pode mesmo ser. E se beija, e se 
quer, e sente falta mesmo tendo passado apenas meia-hora longe. E liga. 
Responde. Procura. Tanto de um lado, quanto de outro, o lucro - que ao invés de 
líquido, é sentimental - vem em dobro e em forma de sorrisos apaixonados e 
cafuné na cabeça.

Regras?



Espere ele vir falar com você. Caso ele não venha, vá atrás uma única vez. Se vocês conversarem já há alguns dias, cada um tem a vez para chamar o outro por mensagem instantânea. Ele não chamou você? Espere. Não se atire, não se jogue, pareça "fria-controlada-indiferente" e ele dará muito mais valor. Faça-o esperar para ter sexo, mesmo que você queira muito. Não ligue no dia seguinte. Apenas cumprimente quando esbarrar com ele em festa. E todo esse sistema que nos limita a sermos blasés e indiferentes, quando na verdade mesmo, gostaríamos de ser marcantes heroínas que chegam na vida do cara pra mudar de vez. E pra melhor.

Seguir regras, para mim, sempre foi um suplício. Em casa, nos colégios em que estudei, e mesmo em lugares públicos, há sempre limites tênues, que se quebrados, nem fazem estardalhaço. Às vezes me revolto, incompreendo métodos e doutrinas, e enfim, quase nunca sigo à risca o que me impõe. Acatar ao resguardo nos faz evitar muitos percalços, uma boa quantia de desilusões - porém, por outro lado, alimenta a masculinização dos relacionamentos, o que faz com que o padrão de termos sempre que estar esperando que ajam, ao invés de agir, permaneça ao longo das décadas. Tem diminuído, eu sei. Contudo, continuamos reféns de atos (ou da falta dos mesmos) do lado dos moços que vêm de Marte. E a cartilha das meninas repreende quem não segue os mandamentos de não amar demais, demonstrar de menos, falar pouquinho e parecer comportada e bem adestrada, mesmo quando na realidade não se é.

Se está afim, vai lá e tenta: que a gente acha que sabe de tudo, mas dos mistérios das pessoas sabe pouco demais, mesmo quando se conhece bastante. Acredito nas válidas tentativas de se tentar a felicidade, ainda que a cicatrização apenas é apenas acelerada quando por pouco tempo nos doeu e já foi. Se ontem foi esplêndido, não se sinta corrompida pelas opiniões alheias que falam tanto, mas não nos dizem realmente nada de útil. Ter a intuição como atriz protagonista quando nós mesmos só conseguimos coadjuvar se torna necessário ao longo dos anos que passam. Crer mais no que se sente internamente, na bondade de com quem nos relacionamos, no contorno que a vida dá aos dias.

 Quanta menina espera namorar  para transar  e é largada por ai,assim que acontece? Quanta garota que não liga e o moço não liga, e os dois quase que se envenenam de tanto orgulho? Ou que some e nunca mais reaparece?E que fica sem entender mais nada, porque não seguiu o que acreditava, mais simplesmente "o certo a se fazer"_ Quem é que nos diz?Depois de certa idade, o que é certo,  que a gente precisa que seja?Só a gente, Feliz ou infelizmente.



 Que a gente beije quando sentir vontade, saia quantas vezes e com quem desejar, vá para cama (com segurança e cuidados necessários, sempre bom reforçar), quando o feeling nos tomar conta. Há tanto relacionamento por aí que venceu barreiras, preconceitos, quebrou tabus e continua de pé, justamente por ser forte o suficiente para se fazer o que bem entender, com espontaneidade o bastante para ser maior que qualquer regrinha que outra que os comportamentos não sigam. Que se mantenha a vontade própria no alto das prioridades dessas nossas vivências. Nada no mundo é tão insustentável que não nos faça suportar com decência. Que o respeito mútuo seja a única necessidade vital da vida a dois, que a gente namore quem nos der vontade, que aja de acordo com os princípios que escolheu para si, que não se deixe enganar fantasiando ser quem por tempo suficiente nossa autenticidade não permite. Sem regras, só o amor.
Calmila.....

Diga sim a sua felicidade, deixe ela te mostrar a vida de verdade

"Vamos acordar! Vamos acordar! Tem gente furando a fila e sendo feliz no nosso lugar."

"Insistir naquilo que já não existe, é como calçar um sapato que não te cabe mais !
Machuca, causa bolhas, chega a carne viva e sangra ...
Então melhor é ficar descalça .
Deixar livre o coração , enquanto vive ...
Deixar livre os pés , enquanto cresce ...
...Porque quando agente cresce o numero muda !"

Não se Puna, nem fique se Torturando pelo seu Mestrado em Decepções. Respire bem fundo, o que é pra ser seu, Ninguém Toma.

Um brinde aos amores não correspondidos,
duas doses pela falsidade de determinadas pessoas,
e um MUITO OBRIGADA aos fabricantes de TEQUILA e VODKA.







""

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Nada do que fui me veste agora..



Posso não olhar o mundo
fazer um faz-de-conta da vida
não perceber, mesmo percebendo
quando você passa e descompassa
minhas certezas tolas

Preciso não querer tanto
algo mais bonito que um encontro
mais eterno que todos os arrepios
e todos os caminhos que te levam
nesses desencontros

Posso não abrir as cortinas
e o coração para cada amanhã
tenho procurado aprender coisas novas
se há quem viva para o futuro, vivo
para voltar

Preciso esquecer o que ainda é difícil,
e insiste nascer impossível te afastando
dos meus olhos, da minha rua,
do que ainda pode ser, por um instante,
pra sempre

                                                                                                               Priscila Rôde & Cáh Morandi

domingo, 9 de outubro de 2011

caminho



'(...) eu tive que ficar quieta no meu canto, toda lacerada pela falta. Foi um período solitário em que vivi o luto necessário. Ele nem desconfiou que eu também estava triste, talvez se sentisse melhor se soubesse. Mas eu tinha que fazer valer minha palavra, demorei muito tempo tomando coragem. Demorei muito tempo desparafusando aquela gaiola e, depois, reaprendendo a voar.

Tive ímpetos de escrever uma carta falando das qualidades dele, de tudo que havia me feito crescer. Mas quando fui escrever só consegui dizer: desculpe, não se pode negociar com a paixão. Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece. E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa. Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho.'



Marla de Queiroz



Sou precisamente entre doce e salgada, como lágrima. Às vezes de sol, às vezes de lua, mas com luz necessária para iluminar-me pra dentro! Tenho a alma lilás! Eu não caibo aqui, eu nem caibo em mim. [Sophia Compeagá]

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Vento


'Como o tempo custa a passar quando a gente espera!
 Principalmente quando venta. 
Parece que o vento maneia o tempo.'

[Érico Verissimo]



“Um dia, atiro a alma ao ar e serei friamente feliz.”






Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.

Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas minhas.

Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.

Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia. Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.

Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.

Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.


Ela chega com tudo no navio já 
distante do porto. E lá vem o vento! Levantando a flor, roupa de sua doçura................................