quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mais uma Noite



Sinto-te envolta na névoa dos sentidos. Sinto as cordas que amarram o teu desejo e que ferem o teu corpo emergente dessa tortura inacabada. Vejo os teus sonhos, de esperança e de liberdade, a fugirem da tua cama no silêncio da noite escondida e fria. Vejo o teu corpo, ardente, que repousa, desgastado, das batalhas evocadas contra ao vento, um vento que sopra de todas direções! Sinto o teu acordar, vejo esse sorriso por acontecer. Uma palavra pensada que nunca vais dizer e no espaço de um passo, deixas cair um bom dia.
Revigorada! Avanças para esse novo dia.
Nunca saberás que a noite foi tumultuosa, nem sentirás o esforço empregue nessa missão enjeitada de laços de desejo, é segredo. Só as paredes sabem, pintadas de um neutro sabor e nunca dirão as viagens que aconteceram,nunca, por outras cores que as pintes serão sempre mudas.
E o cansaço trai-te, empurra-te para mais uma noite longa. As paredes abrem-me um espaço para entrar em segredo. Fico só mais esta noite!

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